Cachorro Na Gaiola- Novel - Capítulo 15 - Zona de Crime
A enorme árvore que brilhava lindamente era o suficiente para hipnotizar Heeyeon. A admiração estourou e seus lábios se separaram espontaneamente. A árvore que viu na loja de departamentos era bonita, mas não era nada comparada à árvore instalada do lado de fora. Era uma árvore tão grande que precisava inclinar a cabeça totalmente para trás para ver as estrelas penduradas no topo.
— Heeyeon-ah.
Yeon chamou Heeyeon. Assim como da última vez, foi para atrair o olhar que estava focado na árvore. Achou que ele gostava muito de coisas bonitas e brilhantes.
— Hm.
Ao chamado do homem, Heeyeon gentilmente virou a cabeça. Era um dia de neve, então estava mais frio do que o normal, havia um leve rubor em suas bochechas brancas. A ponta do nariz e a linha elegante também estavam ligeiramente vermelhas.
— Há algo que você gostaria de ganhar no natal?
Yeon perguntou a Heeyeon, puxando-o levemente pelo braço.
— Eu tenho muitos presentes… está tudo bem.
Heeyeon recusou imediatamente, embora não houvesse nenhum presente que ele tivesse aberto. Yeon estava sem palavras.
— Ah, CEO.
Heeyeon chamou Yeon e inclinou a cabeça ligeiramente para cima.
Como Yeon estava olhando para ele, seus olhos se encontraram rapidamente.
O céu escuro como breu, o ar frio e o vento do inverno perfurando seu corpo combinavam com o alfa de pé atrás das suas costas.
Heeyeon esqueceu o que ia dizer e apenas olhou para o homem que o encarava. Um rosto feroz e frio se transformou em tédio com um sorriso lento. Heeyeon arrepiou e estremeceu com a mudança instantânea.
— Sim, Heeyeon-ah.
A mão de Yeon envolveu a bochecha e o queixo de Heeyeon ao mesmo tempo. Logo, o homem inclinou a cabeça em direção a ele.
Foi então que um toque desconhecido tocou os cantos de suas bochechas e lábios.
O toque leve como uma pena era frio. Assim que atingiu a temperatura corporal, derreteu.
— Uh…
Heeyeon reflexivamente inclinou a cabeça em direção ao céu. Flocos de neve brancos voavam para cima e para baixo e caíam em seu corpo, cabelo e rosto. As pessoas que olhavam para a árvore estavam ocupadas voltando os olhos para o céu como se sentissem os flocos de neve caindo sobre suas cabeças.
— É neve.
Heeyeon murmurou sem perceber. Flocos de neve brancos caindo na escuridão densa pareciam um monte de algodão. Os flocos de neve que caíram nos cílios eram frios e macios como se tivessem pousado nos cantos dos seus lábios há um tempo.
— Gostou?
— Sim.
Ele olhou para o céu por um longo tempo e depois endireitou sua postura apenas quando sua cabeça inclinada doeu. Então se virou para Yeon.
— É a primeira vez que sou tocado pela neve.
Yeon tirou os flocos de neve que caíram nas sobrancelhas de Heeyeon e parou brevemente sua mão. Raramente, a voz excitada e o sorriso largo que ele viu pela primeira vez provocavam os nervos do homem. Quando comeu uma comida deliciosa, tudo que podia fazer era sorrir levemente. Como uma criança que ficou muito excitada quando encontrou seus presentes de natal pela primeira vez.
— …
Yeon suprimiu o desejo momentâneo de possessividade e perguntou com uma voz suavemente maquiada.
— Huff. Essa é a sua primeira vez?
— Sim. Quando nevava, o mordomo não me deixava sair.
Flocos de neve brilhantes caíram em suas bochechas. Yeon estendeu a mão novamente. Quando tocou suas bochechas brancas, Heeyeon as esfregou primeiro como um cachorrinho. A mandíbula do homem se apertou. Cada vez que Heeyeon agia assim, uma sede desconhecida crescia em seu interior.
— Como eu não podia sair, hoje é a primeira vez.
Não foi difícil adivinhar o passado Heeyeon. Ele teria sido trancado em uma prisão sem grades e apenas olhando para a paisagem nevada. Yeon imaginou o inverno que o ômega, que estava quase em seus braços, teria passado, então pensou no homem que ele chamava de mordomo. Olhando para aquele corpo minúsculo e imaginando o que ele passou, não houve sequer um momento de carinho ou superproteção.
Cuidado com o físico era nojento, mas teria sido uma necessidade. O trauma é facilmente curado, mas os ferimentos internos não.
— Hm, esta é a primeira vez que sou tocado pela neve. Não é nada demais, mas ainda me sinto bem com isso.
Rumores estarão por aí amanhã. Rumores dizendo que Yeon levou um ômega para jantar no shopping no Natal. Mais e mais pessoas ficaram curiosas sobre a identidade do ômega, então os rumores cresceram de alguma forma.
Seu objetivo era que esse boato chegasse aos ouvidos do presidente Jeong. A utilidade do mordomo que estava criando o álibi para Heeyeon havia expirado. Parecia que não seria ruim lidar com o beta depois.
— Heeyeon-ah.
— Hm.
— Essa pessoa que chama de mordomo, você gosta dele?
Era uma pergunta bastante aleatória, mas Heeyeon começou a ponderar seriamente. Quando perguntou se o mordomo era bom, naturalmente se lembrou do tempo que passou com Yootae. Foi ele quem criou desde os seus cinco aos dezenove anos. Por um longo período de pelo menos 15 anos.
No entanto, Heeyeon não respondeu imediatamente. Um som de hesitação escapou de seus lábios delicados. Ele realmente não conhecia os limites entre gostos e desgostos.
— Eu não sei…
— Não sabe?
— Hm.
Yeon entendeu Heeyeon, que respondeu que não sabia, sem dificuldade. Houve momentos em que ele não sabia se gostava ou não. Não foram tais sentimentos que dominaram a juventude de Yeon, mas sim uma onda de rancor e ódio. Heeyeon, que nem mesmo conhecia o rancor e o ódio, não teria entendido ele. Mas essa não era a razão pela qual o homem não conseguia entender Heeyeon.
— E de mim?
— Você?
— Heeyeon-ah, você gosta de mim?
Yeon sorriu com os olhos fechados, como se estivesse fingindo. O ômega, que estava olhando para ele, balançou os dedos, então acenou com a cabeça em resposta.
— Eu gosto do CEO…
— O pequeno também gosta dos meus feromônios.
Heeyeon acenou com a cabeça novamente desta vez. Só podia sentir o leve cheiro de seus feromônios, mas ainda assim era bom.
— Sou igual ao mordomo?
Foi dito para ajudar ele decidir se gosta ou não, mas Heeyeon franziu a testa. Não há nada que possa ser considerado bom em comparação com Yeon, era um padrão muito difícil de alcançar.
— Ele é mais sério que o CEO, não é…? E não acho que ele esteja à altura do padrão do CEO…
— Por que?
— O CEO é o melhor…
Com a resposta honesta, o rosto de Yeon mostrou um olhar jovem de satisfação. Mesmo que Heeyeon tivesse dito que gostava do beta chamado de ‘mordomo’, ele teria lidado com isso, mas como disse que não gosta, parecia que poderia lidar com isso sem hesitar.
Não, se ele tivesse dito que o mordomo era melhor, como lidaria com isso? Yeon olhou para o ômega, que disse que ele era melhor, e percebeu que a pergunta era sem sentido. Era uma pergunta para a qual ele mesmo não sabia a resposta.
— CEO.
— Huh.
— Então, posso usar você como base para saber se gosto de algo ou não?
A neve ficou pesada. Yeon olhou para o floco de neve que caiu no casaco de Heeyeon.
— Não.
As pessoas começaram a se mover na neve áspera. Yeon atraiu completamente Heeyeon para perto do seu pequeno corpo para não ser empurrado pela multidão. Uma testa tocou seu peito.
— Vou continuar gostando ainda mais de você.
Heeyeon inclinou a cabeça ligeiramente para trás e removeu a testa que havia tocado o peito do homem. Quando olhou para cima e piscou lentamente, viu flocos de neve caindo constantemente atrás do rosto frio de Yeon. Se sentiu encantado com a bela paisagem. Como uma pessoa encantada por uma obra de arte, Heeyeon soltou as palavras em que estava pensando.
— Mas ainda gosto mais de você, tudo bem…?
— É realmente lindo.
— Quem é lindo?
— Você.
— Ah, Obrigado. O CEO também é muito lindo.
Era a primeira vez que ouviu as tais palavras, Yeon ergueu ligeiramente as sobrancelhas. Ficou chocado ao saber que Heeyeon o achava bonito.
— Lindo?
— Sim.
Enquanto a multidão se reunia, Yeon puxou o pequeno corpo um pouco mais perto. Heeyeon gentilmente abraçou o homem enquanto era puxado para seus braços. Seu rosto estava naturalmente enterrado no casaco e ele sentiu um cheiro familiar. Era o leve cheiro de feromônio que sempre sentia nas roupas do homem que usava como hábito. A sensação de estabilidade era tão boa que Heeyeon por reflexo agarrou o casaco de Yeon.
— Heeyeon-ah.
— Hm.
— Não sei se são minhas roupas ou seu aperto.
Yeon sorriu ao olhar para a gola do casaco que Heeyeon segurava com as duas mãos. Se quiser segurar, pode segurar com a força que quiser, mas o tecido macio sem nenhum amasso é segurado com a leveza pelo Heeyeon.
— O que isso significa…?
Yeon apenas riu da pergunta ingênua, mas não respondeu.
A neve que estava tremendo de repente mudou para uma tempestade, normal para o inverno. Yeon segurou Heeyeon com um braço e verificou o relógio. Para checar o horário de embarque.
— Vamos embora.
— Para casa?
Heeyeon estava um tanto arrependido. Mesmo com os olhos brancos grudados em seu cabelo e roupas, ele não se irritou como todo mundo, mas sua voz estava cheia de arrependimentos. Mas ele não conseguia suportar seu corpo fraco naquela neve. Era evidente que se ficasse assim, pegaria um resfriado.
— Eu quero comer bolo.
Yeon persuadiu Heeyeon habilmente.
— …bolo?
— Fiz uma reserva.
Ele sussurrou palavras suaves gentilmente, esfregando as bochechas brancas nas quais os flocos de neve caíam. Certamente, a vermelhidão está maior do que antes.
— Quer continuar vendo a árvore? Devemos comer o bolo mais tarde?
Quando Yeon deu a ele duas sugestões, Heeyeon baixou os cílios. Yeon esperou vagarosamente, olhando para o topo de sua cabeça redonda.
— Eu quero comer bolo.
— Venha aqui.
O homem que obteve facilmente a resposta que queria entrelaçou os dedos com a mão, que era pequena demais para ele. Como havia tantas pessoas, pensou que seria melhor dar as mãos para passar pela multidão. Cada vez que Heeyeon mexia os dedos, uma sensação suave permanecia nas costas da mão áspera do alfa.
— Não quer segurar minha mão?
Yeon perguntou timidamente. Mesmo sabendo a resposta de Heeyeon com clareza, ele queria ouvir com seus pequenos lábios.
— Huff… quero que você segure minha mão.
Suas expectativas nunca o decepcionaram.
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LILITH TRADUZ (@lilithtraduz) (Doado pela Ah-Ri Novel’s 1 ao 51 )